360 colectividades ou equipas (incluindo associações desportivas e federações), 35 modalidades, cinco torneios, 280 colaboradores, 15 mil participantes. Eis, em traços largos, alguns números sobre o que foi essa vibrante realidade que é o Desporto na Festa, sua preparação e decurso nos três dias de actividades na Atalaia.
Sem deixarem de nos aproximar àquilo que foi o seu carácter único – um acontecimento desportivo de características sem paralelo –, tais números, ainda que avassaladores, estão longe de traduzir toda a dimensão e riqueza desta componente da Festa, o seu próprio contributo para que desta se diga que «não há festa como esta».
Referir os números, só por si, por maiores que estes sejam, com efeito, nada nos diz, por exemplo, sobre essa outra dimensão – qualitativa – que lhes está associada e que dá pelo nome de movimento associativo e popular. Ora o que a sua participação na Festa indica é que este está vivo e pujante, mantém incólume as suas potencialidades, não obstante as carências de meios e dificuldades com que se confronta em resultado de três décadas e meia de política de direita fixada em obstaculizar e destruir tudo o que emana da iniciativa popular.
Uma política tanto mais criminosa quanto é certo que nessa rede de colectividades assenta hoje em larga medida o que são as bases de um desporto que deveria ser de massas, o desporto para todos que a Constituição consagra, que o PCP defende, mas que sucessivos governos, ora do PSD/CDS ora do PS, maltratam e desvalorizam.
Mas outro aspecto que uma simples leitura dos números não permite desvendar é, por outro lado, o papel que as autarquias, nomeadamente as autarquias CDU, desempenham no apoio ao movimento associativo, apoio esse sem o qual muitos projectos dificilmente passariam do desejo ou sonho.
Tal como não podem mostrar, ainda, essa outra dimensão, imaterial, que tem a ver com o empolgamento dos atletas pela participação na Festa (onde sabem que o seu trabalho é apreciado e valorizado), o seu empenho e entrega nas provas, tal como nada podem dizer sobre o envolvimento do público, um público generoso, divertido, sempre pronto a aplaudir e acarinhar os atletas.
Gente de todas as idades, interessada, que fruiu de múltiplas maneiras os vários espaços que deram corpo àquela verdadeira cidade do desporto. Que se galvanizou nas galas, vibrou nas finais de futsal ou no combate de boxe, assistiu tranquilamente ao lançar da malha, deixou-se contagiar pela patinagem artística ou pelas danças de salão, respondeu ao desafio de fazer rapel ou slide, não resistiu a uma partida de matraquilhos, entreteve-se nos jogos tradicionais, disputou uma partida de xadrez ou dominó.
Foi tudo isto o Desporto na Festa, o mesmo é dizer um grande acontecimento que se transformou numa grande festa do desporto. Um projecto erguido a pulso por um conjunto muito largo de militantes e amigos do PCP, sob a direcção da Comissão de Desporto na Festa do Avante!, cuja dinâmica, como salientou ao Avante! Brázio Romeiro, seu responsável, permitiu «consolidar e fazer crescer algumas participações» (cicloturismo, gímnica, Avante Jovem ou artes marciais, por exemplo), bem como introduzir assinaláveis melhorias nas infra-estruturas – veja-se o caso do pavimento do polidesportivo –, contribuindo assim para «elevar o desempenho dos atletas e a qualidade das demonstrações e provas nas várias modalidades».